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AVD, Valorizando as Diferenças, Surdos, Deficiente Auditivo, Judô, MMA

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AVD, Valorizando as Diferenças, Surdos, Deficiente Auditivo, Judô, MMA

A Vila Olímpica de Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, ainda não funcionou este ano. A da Ilha do Governador fechou esse mês porque os salários dos professores estão atrasados. E os funcionários de lá atendiam também alunos com deficiências. Mais do que atividades de esporte e lazer, muitas famílias ficaram sem assistência para os filhos.

 

Vinte e seis mil metros quadrados. Lá dentro tem campo de futebol, pista de atletismo, quadra poliesportiva, piscina, salas para ginástica, lutas e musculação. Uma estrutura de dar orgulho a quem gosta de esportes. Mas nada disso funciona, na Vila Olímpica Nilton Santos, na Ilha do Governador.

 

“Uma vila grande bonita e de repente a gente vê o projeto parado por falta de pagamento dos professores, a gente encontra aqui professores treinados capacitados, fazem um trabalho digno e com amor isso está fazendo falta para a gente”, disse Cláudia Nunes, mãe de aluna.

 

Na Vila Olímpica da Ilha do Governador todas as aulas estão suspensas. Lá também tinha atendimento para crianças e jovens com necessidades especiais.

 

“Meu filho tem 23 anos e nesse período foi muito difícil de achar um profissional que cumpre as duas deficiências que ele tem não só a mental, mas ele também é surdo. O meu filho evoluiu muito com esse trabalho aqui, mas muito que você não tem noção do que que é, porque ele achou um profissional que trabalha as duas coisas. Nós perdemos isso de uma hora para outra, isso é inaceitável. Enquanto ele está com os profissionais, eu faço exercício, então quer dizer eu também estou perdendo, eu e todo mundo porque é um grupo bem grande”, disse Márcia Dias, mãe de Matheus.

 

Os professores da Vila Olímpica na Ilha do Governador estão há cinco meses sem receber salário. Durante algum tempo, eles continuaram trabalhando, mesmo sem dinheiro, de forma voluntária. Mas no começo desse mês, decidiram parar. Agora, é assim: do lado de dentro da grade, uma estrutura grande e vazia. Do lado de fora, os estudantes que não podem mais usar.

 

“Para nós profissionais, por mais que a gente tenha se esforçado ao máximo para dar continuidade ao nosso trabalho, esse mês todo mundo resolveu cruzar os braços para ver se realmente alguma coisa acontece porque informações nós não temos”, disse o professor Eduardo Duarte.

 

Só o campinho está liberado nos fins de semana. E tudo só continua limpo porque os funcionários da manutenção estão trabalhando, mesmo com os salários atrasados. O Gabriel tem autismo e a mãe está preocupada.

 

“Muito prejudicado, a vila para eles é saber que tem uma escola que eles podem contar. Ele faz, ele acompanha e ele gosta. É triste, é muito triste, mesmo”, disse Elen Ruth, mãe do Gabriel.

Em fevereiro, o Bom Dia Rio mostrou que 16 vilas tinham sido fechadas. Em Jacarepaguá, na Zona Oeste, isso atrapalhou até o treinamento de atletas paralímpicas. Com a troca de governo, os contratos da prefeitura com as organizações sociais que administravam esses espaços acabaram. A promessa do município era que as novas licitações saíssem até março.

 

"Novas licitações estão sendo feitas, a tempo, nesse verão, para as crianças aproveitarem", disse Marcelo Crivella, na ocasião.

 

Mas já estamos em julho, e ainda tem problema em vários bairros. A Subsecretaria de Esporte e Lazer admite que as vilas olímpicas estão funcionando com apenas 30% da capacidade, mas não explica porquê.

 

Ao todo, são 22 vilas olímpicas no Rio, que atendiam, mais de 150 mil pessoas. A Vila Olímpica de Pedra de Guaratiba, também está fechada, como mostra o vídeo, gravado por uma mãe de aluno.

 

Enquanto a solução não sai, a sensação de ver um espaço assim parado é uma só: “É muito triste porque tem pessoas que precisam deste espaço aqui. É um dinheiro jogado fora existem vários lugares desse jeito, mas aqui nós estamos lutando por isso”, disse José Alício Xavier, pai de aluno da vila olímpica.

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